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Recife, 14/07/2016

O esporte como meio de integração social


Rogério José Pereira Derbly

No mundo atual, o esporte é uma das instituições mais sólidas do mundo. Essa afirmação está baseada no fato de a FIFA congregar  um número maior de países-membros do que a própria ONU. Ressaltando, que diferentemente do que ocorre com alguns países que integram a ONU, os integrantes da FIFA cumprem seus estatutos fielmente, isto porque, no esporte, as pessoas de condições culturais , sociais e econômicas diversas, se integram por meio da pratica o desporto. Assim, o esporte é fato social, valer dizer, é algo que socialmente existe fora das consciências individuais, mas que se impõe como norma imperativa, capaz de influenciar nos hábitos e costumes dos países de regimes ditatoriais.



Neste momento, é oportuno lembrar que nem mesmo as Olimpíada de Berlim, onde Adolf Hitler, no intuito de demonstrar a superioridade de força da “raça alemã” e não atingir o objetivo do esporte, manteve-se  fiel aos princípios do Barão de Coubertin.



Desta forma, é necessário que o desporto seja colocado à margem da vida política e da religiosa.
Competição e jogo



O professor João Lyra Filho, em sua obra Introdução à Sociologia dos Desportos, leciona que há diferenciação entre o desporto de competição e o jogo, para tanto,  afirma que os “gregos tiveram razão ao estabelecerem  entre a competição e o jogo uma diferença não apenas linguística. O fator lúdico não prepondera na competição, mas no jogo considerado simplesmente como uma distração, um brinquedo ou um divertimento.”



Mais Johan Huizinga, “pouco  predisposto a reconhecer a diferença real que existe entre o  jogo e a competição, inclinou-se à distinção ao considerar a crítica de Bolkestein(3) às suas ideias”..... “Bolkestein o havia censurado, com razão, por haver ilegitimamente incluído as competições dos gregos, asa quais vão desde as mais impregnadas de religiosidade até as mais triviais, na categoria do jogo.”



Mais Huizinga, ainda assim, não estava convencido da distinção, como informa o Prof. João Lyra Filho: “Os desportos revelaram-se já numa faz evoluída da cultura e como emanação dela.  A despeito desta verdade, cada vez mais evidente, Huizinga não desejou dar à mão a palmatória. Apesar de seu apreço à lúdica interpretação da cultura grega apresentada pelo Prof, Bolkestein e apesar de não ser a língua grega a única a estabelecer  distinção entre a competição e o jogo, ele manteve-se convencido da existência de uma identidade profunda entre ambos.” Contudo, João Lyra Filho esclarece que “a História e a Sociologia dos fatos contraditam seu juízo[1] em termos irretorquíveis” isto porque, “a distinção terminológica  não é um jogo no vocabulário  grego; ela corresponde a uma diferença  sociológica, senão mesmo psicológica e biológica, profundamente arraigada  entre o jogo e a competição. É certo que o idioma latino cobre todo o terreno  como uma única palavra.”



O Prof. João Lyra Filho, em conclusão sobre o conceito de competição e jogo, aduz que “hoje o quadro se apresenta com tela e moldura diferentes. Os desportos propriamente ditos absorveram o que havia de cultura nas competições agonísticas e o que há de  seriedade nos jogos lúdicos; a seriedade porventura existente nos jogos lúdicos parece corresponder  ao estado de tensão  que ela às vezes provoca. O jogo deixa de ser desportivo, para constituir apenas diversão, quando só exige habilidade, atenção e argúcia, que não são fatores culturais.”

Notas:

[1] Refere-se à posição de Huizinga antes mencionada.
 
Informações Sobre o Autor
Rogério José Pereira Derbly
Advogado; Ex-Assessor Jurídico das Secretarias Municipais de Urbanismo e Meio Ambiente do Município do Rio de Janeiro 1995-2001

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